sábado, 20 de dezembro de 2008

não, não é

arrastei, puxei, segurei pelos cabelos.
ele não queria vir.
me deu ânsia.
raiva. ódio.
era um louco. de todos e de ninguém.
quis que fosse meu. agarreio-o, juntei-me a ele com um abraço terno.
tinha um laço de esperança.
estava cansada, morta, fatigada.
dizia pra mim que era meu, que não podia ser de outrem. era só meu.
mas ele, tão arrogante e solene como só ele pode ser, não me pertencia.
NÃÃÃÃÃO.
isso, ele, ..., o amor...
tão insolente, prepotente, dilacerante, unificador, sublime, destruidor.

puxei
continuei tentando arrastá-lo...

uma brisa passou. chuvas. estações.


até que, num lapso, entendi.





não importava o quanto arrastasse.








o amor nunca me pertenceu.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

K

Com não, dissemos sim.
Com sim, brigas intermináveis.
Cabelos, choros, Lucius e sua vida na década de 80.
Passamos pela cidade maravilhosa, sentimos nela o despertar dos nãos querendo dizer apenas um "SIM"!
e era tão simples, não?
era tão simples dizer "Quero você".
mas era bobagem ir pelo caminho fácil, bobagem admitir sentimentos estranhos.
e, pior que bobagem, era difícil entender o que acontecia e acontece.
sim, sempre queremos o impossível, aquilo quase inalcançável . é uma busca in-ter-mi-ná-vel...
e isso às vezes tem seu lado divertido
seu lado surreal
suas brigas com cerveja
seus puxões de cabelo
suas mordidas e marcas
e existem tantas coisas que nos definem
o próprio não definir
as próprias indecisões
amy, marisa, friends, chocolates, cinema, london, sorrisos, sardas, cachos, agressividades e, principalmente, pessoas...
forasteiros...
me deixa roubar seu coração? raptá-lo pra bem longe e te fazer vítima de mim?
se a resposta for não, choro mais uma vez...
foi o meio mais fácil e expressivo que encontrei nesse mundo pra sentir um pouco dele...
mas, de qualquer maneira, de alguma forma você foi a primeirA...
e nem eu consigo entender o que isso significa...

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

camomila

-qual é a medida pra saber se estamos ou não no fundo do poço?
-que pergunta mais descabida, você não acha? se estamos bem...
-logo estaremos mal, não? a vida é assim, altos e baixos. lembro de você falando certa vez...
-foram só divagações, ué...
-mas você acredita realmente em alguém que diz estar bem sempre?
-é, talvez não. mas só chega ao fundo do poço quem já estava tropeçando lá em cima, na vida.
-mas depois que se chega, será que se acostuma?
-todas as situações são "acostumáveis". tem gente que gosta do úmido e escuro.
-isso parece solidão
-mas é
-será que poderia ser definido assim? úmido e escuro...
-pega um chá pra mim?
-de que?
-camomila




(logo faço a lista das oito coisas)

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

sempre seremos

Vem aqui.
Oi.
Que bom que chegaste. Saudade já estava me fazendo de gato e sapato.
Como foi tudo sem mim?
Foi um nada sem fim. Eu juro.
Mas, nada da vida aprendeste?
Sim. Aprendi tanto, tenho tanto para te mostrar. Foi pelo que aprendi e pelos que conheci que não desejei parar. Mas, confesso, quase tropecei no caminho.
Se tivesses caído, sabia que minha mão estaria a segurar a tua, mesmo que na ausência. Não sabes?
Confesso que por isso há coração batendo em mim.
Não fale assim. Há tanta vida para ser compartilhada. Com tantos.
Mas com tantos compartilhei. Tu não sabes. Mas de fato quem faltava era tu. Tantos sambas foram dançados, tantas saias rodadas, tantas músicas cantadas.
Lhe disse que estaria em cada pequena parte deste todo ao seu redor, não disse?
Coração.
Coração.
Vais me abandonar novamente?
Sabes que sim, não?
Não lembrar me faz exatamente esquecer disso.
Não podes, é o que nos faz sermos.
Eu sou contigo.
Tu és comigo?
Sempre seremos...

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

gota

a saia colorida perdeu as cores
só cartola tem tocado
meu sorriso frouxo foi arrematado
por seu coração leviano que se despediu de mim

quando ocê voltar
traz as cores?
traz as músicas?
traz as gotas de vinicius de moraes?

quando ocê voltar
posso te prender na minha vida?
posso te arrematar nos meus sonhos?
posso te dizer amor com os olhos?

eu, da minha solidão
você, da sua multidão

nos entendemos
nos procuramos?


nos abraçaremos?
falaremos infinitas palavras que se perderão em segundos?

eu não sei.
você tão pouco sabe...

vamos vivendo, coração?

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

saudade é prato que se come quente

saudade é prato que se come quente
prato com gosto amargo
que dói o peito

saudade é palavra matadêra
é fome do ausente
é a vontade do querer

saudade é a fome que arrasta
são os dias sem fim

saudade é a última noite de lua cheia
é a música ao longe tocando numa viagem sem fim

é saudade de mato
saudade de dentro
é palavra cortante
é sentimento presente

por que inventar distâncias?
por que querer o impossível?
por que desejar o intocável?

saudade é chorar
é viver de esperanças
vãs?

tocar o piano
dedilhar a sanfona
experimentar sensações

ai
saudade é um querer sem fim do estar perto

por que existe saudade?
pra existir a presença?

domingo, 26 de outubro de 2008

ói minino

ói minino
vem tirá essa tristeza que ocê deixô

ói minino
dia clareô
ocê si foi
pedaço levô

ói minino
a primavera
as frô brotô

cadê ocê minino?
cadê?

vem pra ciranda minino
vem tocá
tocá meu coração, minino

ói minino
boto saia pra rodá

ói minino
vorta pra cá

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

fragmentos meus meus fragmentos meus

nasci com a "bacia" fora do lugar...
podia, hoje, ter uma perna maior que a outra, problemas na coluna e muitos problemas de aceitação
usei um aparelho até nem sei que idade
não engatinhei
fui logo andando e apoiando em um cachorro de nome veludo
poodle preto, grande e bonito
a primeira palavra que falei foi tia
a minha vida começou fudida desde o começo
porque isso deu num problema chamado briga eterna com minha mãe
eu não amava ela
ela não me amava
e nós duas jurando que isso era verdade
cabeça dura
coração mole
piano
livros escritos aos 13
uns lixos...
qual pedaço da minha vida eu deixei de "me importar a mim mesma" e só seguir?
caralho
a maioria vai seguindo...
que eu não siga por muito tempo
parar
respirar
analisar

que bom seria, não?


(pensamentos desconexos e conversas profundas, além de imagens avassaladoras... tudo deu nisso)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008


meus pensamentos já não eram os mesmos havia semanas.
parecia uma labirintite, uma dor de morte que não passava. estava mal, me sentia horrível.
lia tudo que pudesse para de certa forma sanar esse mal estar. nada, nada, nada.
seria algum pressentimento? não, não podia ser... não tinha disso.
aflição? remorso? solidão?
fato é que... não passava, passaria, sim eu sei, mas de fato no momento exato que eu queria que simplesmente sumisse, não sumia.
um nó seco na garganta.
um samba de cartola.
um drama.
uma noite de sábado em dia frio.
um fim.
um começo trágico.
um amor pertencendo a outrem.
uma viagem sem ida.
uma ida sem volta.
.
..
...

devaneios por horas a fio.

nesses momentos de pesar que os pensamentos vão além e são tomados com café frio.


hei, me dê outro ar pra respirar, sim?

domingo, 12 de outubro de 2008

um certo ney

coração palpitante para que o começo viesse logo.
nada demorado, logo ele chegou. as cortinas vermelhas se abriram e um brilho intenso se fez presente.
o brilho tinha pernas, braços, tronco, cabeça e se chamava Ney.
em cima de um divã avermelhado e com movimentos sincronizados ele imediatamente dispara uma música com ratos na piscina e com idéias sem corresponder a fatos, lembrando um passado longíquo (e bom?)

maravilhoso, encantador, sublime...

Ney, com apenas uma rodada de saia, me deu o maravilhoso gosto de me sentir na época de secos & molhados ... e com ditadura ou não foi o melhor gosto que pude sentir nos últimos tempos

muitos e muitos anos se passaram dessas rodopiadas e maquiagens por vezes agressivas, mas ele continua esplêndido ... ele continua nos deixando de queixo caído

iluminação, perfeita
música, esmagadoramente perfeita
roupa, brilhantemente perfeita
cenário, harmoniosamente perfeito

ney matogrosso não fala, canta. e muito ...





"leve a semente vai
onde o vento leva
gente pesa
por mais que invente
só vai onde pisa"

terça-feira, 7 de outubro de 2008

chaves


tive que sentar naquele banco frio e esperar toda a minha raiva idiota passar.
já era tarde. muito tarde.
as chaves? de novo tinham sumido naquele joguinho de sumoapareço... por que fazia essa tortura comigo? por que procurava maneiras de enraivecer a mim quando na verdade a raiva era daquele sujeito porco que entrou na minha vida e a arrastou para a lama que fazia parte da vida dele?
eu fazia essas perguntas e o frio não cedia.
não havia um isqueiro, um clarão ao longe de uma casa qualquer, não havia nada que lembrasse calor. e o cachecol já era o mesmo que nada.
quase nevava.
raiva devia dar calor, pensei. mas será que de fato sentia raiva? será que de fato era raiva do sujeito ou de mim? será que era necessário conhecer pessoas, culpar pessoas, pensar ser feliz com pessoas, amar pessoas, odiar pessoas? será que era necessário conhecer pessoas para aí então descobrir que os defeitos nunca foram delas e sim seus? será que nós seres humanos duraríamos muito? será que se eu continuar a fazer perguntas idiotas o frio deixa de existir? NÃOOOOOOOOO... veio aquela resposta tão seca como só as respostas no frio podem ser. calei a boca dos meus pensamentos. só pensei calor calor calor calor calor.
revirei a bolsa tamanho família que carregava sempre pesada só para ter mais algum motivo para reclamar. achei as chaves.



ps: gracias ao iuri, do blog umbigo de cristo, pelo desenho!

sábado, 6 de setembro de 2008

p & b

Me fez subir lá (digo, lá lááááá) no alto e disse que não me arrependeria

“a vista é linda, juro”

Só que o caminho foi tão tortuoso, tão cheio de curvas, tão cheio de pedras, tão cansativo...

E ele, com aquele jeito de menino, aquela calma que nunca era passageira me dava raiva, por estar tão cansada, e às vezes me dava agonia, por eu não conseguir ser assim

“Vamos, meu bem” ele me dizia com aquele sorriso como da primeira vez que o vi no retrato em preto e branco

E eu, na minha velhice cansada,despreparada e mórbida quase que desistia a cada pedra, cada passo

Mas aquele verde, misturado com seu sorriso, com seus passos ávidos pelo fim tão “inarrependível”, se é que tal palavra existia, me fazia acreditar que eu podia sim gostar do fim...

Gostar do fim? estranho, né?

Mas ele, com seus “meu bem” ditos a todo momento, como um novo fôlego, me fizeram chegar

Esbaforida, morrendo, velha

Sentei em uma pedra, observei

Ele, pegou em minha mão, me deu um beijo tão terno, me fez perder toda a pequena raiva que poderia ter dele...

“eu falei que você não ia se arrepender”, disse em meu ouvido

Ficamos observando a paisagem, aquilo era tão bucólico comparado com todo aquele wisky, sexo e guetos sujos que o velho bukowski safado fez com que nos aproximássemos

É, não me arrependi


E apenas o abracei

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

sem pra sempre


Olhou pela última vez para dentro de si.

E viu, pela última vez, o quanto tinha se enganado.

Não com o moço da flor branca.

Não com o moço que pediu que ela usasse a voz e rodasse suas saias.

Não pelo moço que ela deixou ser o primeiro.

Não pelo guri que deu uma mordida e deixou marca.

Não pelos choros que ela pensou serem de fato verdadeiros.

Não pelas brigas sempre sem motivos concretos.

Notou que pensou sentir o que nunca tinha sentido.

Pensou que havia vivido uma bela vida, mas notou que era tudo um faz de conta sem história de feliz pra sempre.

Viu vitórias régias, viu cerejas, viu paulistas, viu gurias ... mas não se viu.

Entendeu que para todos aqueles, ela não era nada.

E nada seria sempre.

Poucos são os que valem.

Poucas são as que valem.

E muito são os que sentem.

Sentem tristeza profunda como ela sentiu naquele dia...

Resolveu que deveria queimar o piano.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

as pitangas

Sentou ao meu lado e começou a contar das coisas da vida

Acontece que eu, lá nos meus pensamentos insanos e caprichados, não estava muito aí

Aliás, nunca estou muito

E de certa forma isso me magoa

Saber que faço magoar

Deve ser aquele quê de poeta

Ele continuava a tagarelar e a noite já ia deixando espaço pro dia

Olha que coisa linda

Ele falando de si e da vida na verdade era uma forma só de pensar alto

No fundo algumas vezes falar é só deixar a voz não se perder

E eu, do lado direito do banco, pertinho da pitangueira, tentava pensar numa canção que desse no que aquilo estava dando

Num nada sem fim, que parecia com o tudo de um raiar de dia lindo

Acho que era um pedaço de amor...

Juntos, divagando, cada qual nos seus pensamentos... mas estávamos jun – tos

Daí eu achei engraçado estar junto mesmo pensando em separado

Mandei ele calar a boca

E foi um abraço com gosto de pitanga e sol mais lindo que só o começo de um dia pode ser.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

agostos

"oi zé
faça tudo que quiser ô zé
só não maltrate o coração dessa muié"

e a música ia trazendo felicidade pro peito daquela menina!

_______________

esse agosto com gosto de infelicidade não sai da boca


vá ... se alongue daqui ...

_________________________

domingo, 13 de julho de 2008

o colorido do samba

um sorriso frouxo
uma barba por fazê
um chapéu colorido
um dia inteiro pra entendê

como pode, criatura
comigo tanto mexê?

num si sabe ao certo
adonde foi si metê

só sei q no meu coração
pro resto da vida vai tê
uma vaguinha
(pequenininha que seja)
pra mode da gente um dia poder se revê

criatura de deus
vorta... vorta...
e venha cá me respondê
que diabo de segredo
é esse que eu guardo
e só ocê quem vai sabê!

domingo, 6 de julho de 2008

cacos


fitei a janela por mais tempo do que daquela última vez que estava louca.

sim, sempre estou um pouco ressaquiada ou ainda levemente embriagada quando olho a janela...

a janela não era a mesma.

ou a mesma não era eu?

acontece que, janelas dificilmente mudam...

na minha fúria do dia resolvi que deveria mudar a janela...

quebrei seus vidros...

nada mudou...

só me restava limpar os cacos...

e, mais uma vez, pensei...

nada havia mudado

segunda-feira, 30 de junho de 2008

poemaspoeira

A poeira comia solta naquela terra longínqua e o sol, refletindo nas árvores tortas do cerrado, resplandecia seus últimos raios...

Um barulho doce de música boa também ressoava...

Os fins de tarde são melancólicos...

Mas esse se fez tão especial...

Muito especial.






"Sou pó

Pó ancestral

Pó andante
Falante
Amante das ilusões
Esfarelo-me a cada diaem busca da imortalidade.
Do pó surgi, ao pó retornarei
Formando o solo futuro
Onde novos homens hão de pisar"

segunda-feira, 23 de junho de 2008

velho safado

"Escrever é quando vôo, é quando começo incêndios..."












(bukowski)








(com wisky)

sexta-feira, 20 de junho de 2008

cortina de espelhinhos



Fitou a janela colorida com pequenos espelhinhos e cores vibrantes. Aquela cortina brilhava e brilhava na luz do sol cortante da manhã outonal.


Claro, o fato não acontecia apenas naquela estação estranha.


Mas era naquela estação estranha que seus sonhos haviam mudado, “estaban a cambiar”...

Os planos antes exatos, as escolhas antes certas, as pessoas antes fixas, tudo mudou. Não foram mudanças extremas, ela mesma não sofria grandes alterações. “Nadie sufre grandes cambios”, isso tinha toda certeza. Mas havia algo novo. Um brilho dentro dela, como um daqueles espelhinhos de cores vibrantes...

Eles também balançavam. Sim, aquela cortina espelhal balançava e as pequenas mostras de vidrinhos incomodava. Aliás, mostravam-se presentes. Fazer barulho é mostrar-se presente. Isso é certo. E fazer barulho tanto podia incomodar como convidar para fazer barulho também...


Ela não queria fazer barulho. Não precisava se mostrar presente. Estava desconfiada de que sua vida começaria a ter um novo brilho...

Sim, um brilho com cores vibrantes...

domingo, 15 de junho de 2008

ó deuses...


é estranho...

para não parecer idiota...

estou há semanas tentando escrever algo aqui...

mas há semanas estou feliz...

e feliz não consigo ter inspiração...

ó deuses...

não me roguem a praga da tristeza, mas como vou continuar a escrever sem aquela melancolia rotineira?

domingo, 25 de maio de 2008

uma ilusão perdida

Cada vez me deparo mais com a sensação de ter de conviver comigo mesma.

Ficar só é isso. É entender como somos e, principalmente, como não queríamos ser.

Eu me odeio. Não por colher o que planto. Nem por achar que estou pagando o que meu outro ser fez na “minha” vida passada. E não é aquele ódio quase suicida. Não, não e não tem nada a ver com isso.

É tristeza. É melancolia. São as coisas desnecessárias. São as pessoas desnecessárias. Sou eu por mim mesma. E ponto.

É difícil se conhecer. E não, não falo que é difícil se autoconhecer por nunca pensarmos que somos uma coisa que não somos. É difícil porque é doloroso.

Não sou a princesa do conto de fadas.

Tão pouco a bruxa que oferta uma maçã.

Sou o que ninguém vê. Mas sou o que sinto. E, com absoluta certeza, sou o que poucos sentem.

Não sou o que minha mãe acha. Muito menos o que meu irmão acredita.

Não sou uma coisa só. Assim como não sou um sentimento só.

Sou um misto de nada com tudo e mais um pouco.

Sou uma ilusão perdida. Algo que não foi uma dádiva de deus.

Também não sou uma maldição de zeus.

Nem um dos sete pecados.

É duro. É imperfeito. E é tão típico de ser humano.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

os danados

conheci os filhotes.

e falei com o moço que se diz filho do chico buarque.

óquei.

então, senhor vizinho, se você é o filho, você também é meu enteado.

já estou com saudade dos danados...

amplexos senhor vizinho, como o senhor mesmo diz...

;)

terça-feira, 13 de maio de 2008

fuscas


Às vezes eu não sei o que me move a continuar. Esses dias de céus cinzentos faz tudo ficar ... cinza. E me dá uma carência que tem sido rotineira e uma solidão que tem contribuído para reflexões absurdas e idiotas.

Tenho ficado muito só. E tenho saudades daquela ausência consentida. De repente seja bom.


Assim como de repente pode não ser. Foda-se. Estou cansada...

E olha como as coisas são, hoje ia caminhando para o almoço no restaurante de sempre. Pensei que ia ser atropelada por um fusca, mas ele gentilmente parou. Em seguida, a alguns passos, vinha uma daquelas super camionetes fodonas e eu pensando que ela ia parar. Ela quase passou por cima...

Quando eu era criança minha mãe tinha um fusca... acho que deveriam haver mais fuscas por aí.... ou pessoas como o cara do fusca...

terça-feira, 6 de maio de 2008

sonhos

Parou para pensar sobre confiançaE desconfiou que não confiavam mais nela.
E isso, confesso porque confio, está machucando e carcomendo aquela menina.
Me dá tristeza.
Ela é tão bela.
Mas também é tão triste.
Não tristeza de dramalhão mexicano, apesar de muito lembrar suas feições.
É uma tristeza do mundo e da falta de confiança daquele moço que ela queria que confiasse.
Chegar até seu castelo, um caminho tortuoso, cheio de curvas e labirintos intermináveis, e abraçá-lo até a aurora. Enfiar de uma vez por todas na cabeça daquele sujeito que confiança pode sim ser retomada.
É uma mistura de muitas coisas, acreditar em mudanças é uma delas.
Eu sei, é difícil acreditar que outro mude e canso de falar para ela.
Mas eu acreditarei, confesso menina, a partir de agora.
Quem sabe ele também acredite. Quem sabe ele um dia confie...Sonho?
Sonhos...



ps: obrigada iuri pela nova arte no blog!!! realmente ela ficou pequenina... mas sei que o senhor vai arrumar! é uma honra, agradeço vizinho....

domingo, 4 de maio de 2008

...

deu branco.

a inspiração acabou.

o mundo caiu.

o céu desabou.

não sei...



acabou...

sexta-feira, 18 de abril de 2008

hamlet

Me apeguei à você e aqui estou. Nessa sala fria como só os pólos sabem do que estou dizendo. Fria, como fui várias vezes e não sentia. Fria, como só você soube ser ao falar que estava saindo por aquela porta.

Meu querido, sair eu também saí. Sim, confesso, conheci novos lugares, vi novas vidas. Descobri que sou muito mais do que fui com você.

Mas o que é ser muito mais do que você? O que é ser muito mais do que outra pessoa? Por que achar que sou melhor do que outrem, enquanto os destinos são um só: o pó.

Sei, sei, sei. Há mais coisas entre o céu e da terra que crê nossa vã filosofia, Hamlet. Ah como sei e como digo essa frase sempre...

E o que há?

Pois não sei ao certo.

Sentada nessa sala fria e vazia como dias de carnaval só posso dizer uma coisa: não há nada melhor que devaneiar palavras, nada mais inventivo que rabiscar pensamentos, nada mais triste e bonito.... é isso, bonito e triste...

Como só aqueles que escrevem para não morrer o sabem...

quarta-feira, 16 de abril de 2008

algumas coisas ficam...




bah... e meu pai acreditou?!!?

não, teve infarto...

segunda-feira, 14 de abril de 2008

te amo

Oi, tudo bem?

Não

O que foi?

Você...

O que eu fiz?

Me deixou...

É mentira

É verdade

Já não dava...

Eu te amo

Acabou

Por que?

Eu não sei...

Não pode ser

Pensei que já havia entendido

Oi?

Que acaba uai... as coisas são assim

Eu não sei... to confusa...

Não posso mais ficar

Nunca me amou?

Eu não sei...

Acho que não...

De repente...

É, tenho certeza

A única culpada foi você mesma

Como assim?

Aconteceu... entenda, sim? E não chore...

Eu te amo...

A propósito,por que nesse cemitério abandonado? De quem é esse mausoléu?

Minha mãe...

Ela não morreu.

Tenho que ir. Adeus.

O que está fazendo?

Te deixando.

Estou preso... volta aqui

Te amo

sexta-feira, 11 de abril de 2008

me nasçam de novo!!!

um moço me disse: e essas suas saias? (aliteração hein isa!?) por que você não bota pra rodar?

moço, eu lhe digo, elas rodam, mas na minha cabeça...

e essa sua voz, o moço me pergunta, por que você não bota pra cantar?

lindo moço da voz linda, eu lhe digo, ela é uma voz que canta, canta sim! mas é só pra mim... não quero afastar aqueles que eu gosto... hehehe

e aí eu fico aqui divagando sobre as danças e a voz...

que coisa linda, não é meu povo?!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

...

Eles podem ser cruéis. Despertar nossa raiva ou nossos sentimentos mais sublimes. Podem ser corrosivos ou nos fazer flutuar, viajar, conhecer lugares mesmo estando parado. Nos fazem arrepiar, tremer de medo, nos imaginar ser o que nunca seremos.

Eu amo livros. Sempre os amei.

Tem gente que odeia o mundo fantasioso de Tolkien. Eu admiro. Falam que tem tanta coisa que faz “transcender” por aí, então, qual seria o motivo para lermos “essas” coisas?

Tolkien lutou na primeira guerra mundial. E vivenciou a horripilante segunda guerra. Ele costuma dizer que as guerras não tiveram assim tanta influência em sua obra. Ele não precisa dizer, mas mesmo assim eu vivo refletindo sobre isso. É impossível acreditar que não tenha influenciado. Impossível.

O mundo do pequeno príncipe de Antoine-Jean-Baptiste-Marie-Roger Foscolombe de Saint-Exupéry é fascinante.

Bem como todos os livros de Jostein Gaarder, que até tem uma linguagem fácil e algumas vezes pueril. Mas tem forma melhor de ensinar a pensar com uma leitura fácil quando se é criança?

E Althusser com a leitura fudida de mundo com os “Aparelhos ideológicos de estado”? Nelson Rodrigues que eu tanto admiro? Chico Buarque que sabe ser sublime em qualquer canto que se arrisca? Marx tão atual? Érico Veríssimo? Nosso mato-grossense Dicke? Jon Krakauer? Saramago?Cervantes com a fabulosa figura? García Márquez? E etc. etc e etcssss...

Me falta muito ainda? Sim falta, mas com eles vivo bem...


E Krakauer... você está mudando minha vida...

“tudo mudara subitamente – o tom, o clima moral; não sabias o que pensar, a quem ouvir. Como se em toda a tua vida tivesses sido conduzido pela mão como criança pequena e de repente tivesses de ficar por tua própria conta, tinhas de aprender a andar sozinho. (...). Em tal momento, sentias a necessidade de dedicar-te algo absoluto – vida, verdade, beleza -, de ser regido por isso, em lugar das regras feitas pelos homens que tinham sido descartadas.” (Boris Pasternak – Doutor Jivago)

segunda-feira, 7 de abril de 2008

“Gostaria de repetir o conselho que lhe dei antes: acho que você deveria realmente promover uma mudança radical em seu estilo de vida e começar a fazer corajosamente coisas em que talvez nunca tenha pensado, ou que fosse hesitante demais para tentar. Tanta gente vive em circunstâncias infelizes e, contudo, não toma a iniciativa de mudar sua situação porque está condicionada a uma vida de segurança, conformismo e conservadorismo, tudo isso que parece dar paz de espírito, mas na realidade nada é mais maléfico para o espírito aventureiro do homem que um futuro seguro. A coisa mais essencial do espírito vivo de um homem é sua paixão pela aventura. A alegria da vida vem de nossos encontros com novas experiências e,portanto, na há alegria maior que ter um horizonte sempre cambiante, cada dia com um novo e diferente Sol. Se você quer mais de sua vida, deve abandonar sua tendência à segurança monótona e adotar um estilo de vida confuso que, de início, vai parecer maluco para você. Mas depois que se acostumar a tal vida verá seu sentido pleno e sua beleza incrível. (...)”

Chris McCandless... o cara louco de "Na Natureza Selvagem"

leiam o livro...

sexta-feira, 4 de abril de 2008

seguindo tendências...

as pessoas não entendem, mas o mundo já acabou faz tempo...

é rídiculo como queremos o melhor celular do mundo, sendo que nem dinheiro temos pra colocar crédito...

ou que o mundo se preocupe tanto com MODA,uma coisa tão rídicula, que passa de uma estação pra outra e a gente, se não for "antenado cult moderninho", nem percebe...

deve ter gente, inclusive, que compra um daqueles cintões de colocar em elefante, paga em 23 vezes sem juros, e quando tchan tchan tchan termina de pagar, a moda já passou...

é, ela ainda não passou, mas vai passar... são as tendências.

eu não consigo acreditar no mundo em que vivo algumas vezes...

quarta-feira, 2 de abril de 2008

uma folha voando...

Repousei para sempre em seus pensamentos.

Era como uma daquelas folhas de outono que caem e vão voando para longe, até se recostarem no chão de uma tarde fria e voltar a terra, fazer parte novamente da natureza, ajudar outra árvore a viver.

Ia para longe, mas sempre fazendo parte. Essa era sua missão.

Ia buscando horizontes, mas apesar de tirar os “pés” do chão, a cabeça sempre estava com os mesmos propósitos fixos.

Era belo. Era bela.

Era poético e dramático.

Era ela, era simplesmente eu...

sexta-feira, 28 de março de 2008

run, ISA, run...

eu queria saber qual ponto delimita a loucura e a sanidade...

que tem muito louco solto por aí, isso tem... que o diga arnaldo antunes, tom zé, salvador dalí (in memorian), meu pai...

mas quando uma pessoa explode? quando ela não consegue mais agir com conexão?

quando resolve fugir?

no livro "um estranho no ninho", logo quando McMurphy, o presidiário fingido de louco que vai parar no hospício, ele faz uma pequena aposta com outro louco que esqueci o nome

- eu sou mais louco que você!

- não, sou eu. votei no eisenhower (presidente republicano que derrubou os democratas depois de 20 anos ininterruptos de poder)

- não, sou mais louco que você cara! votei nele duas vezes...

- ahá, então perdeu playboy, porque eu vou votar agora nas próxima eleições de novo!!!



ok, ok...

até que ponto? até que ponto podemos definir isso tudo?


vontade constante de fugir não falta!

ainda mais agora...

run, ISA, run...

eu queria saber qual ponto delimita a loucura e a sanidade...

que tem muito louco solto por aí, isso tem... que o diga arnaldo antunes, tom zé, salvador dalí (in memorian), meu pai...

mas quando uma pessoa explode? quando ela não consegue mais agir com conexão?

quando resolve fugir?

no livro "um estranho no ninho", logo quando McMurphy, o presidiário fingido de louco que vai parar no hospício, ele faz uma pequena aposta com outro louco que esqueci o nome

- eu sou mais louco que você!

- não, sou eu. votei no eisenhower (presidente republicano que derrubou os democratas depois de 20 anos ininterruptos de poder)

- não, sou mais louco que você cara! votei nele duas vezes...

- ahá, então perdeu playboy, porque eu vou votar agora nas próxima eleições de novo!!!



ok, ok...

até que ponto? até que ponto podemos definir isso tudo?


vontade constante de fugir não falta!

ainda mais agora...

quinta-feira, 27 de março de 2008

um estranho no céu...


saiu apressadamente, antes que pudessem vê-lo...

estava brega, mas pensou que não importava... pensou que aquela seria a última oportunidade que teria antes de qualquer coisa que pudesse pensar mais profundamente.

idéias brilhantes não cabiam naquele momento... é quando o subconsciente abre que ele consegue espaço pra essas tais coisas de fugir...

até os andes? republicana dominicana? peru? bolívia? macedônia? incongruências...

é quando via as nuvens falarem com ele que acreditava que não era louco... acreditava mesmo, mesmo, mesmo... via um cachorro, um pássaro, galinha com pintinhos, via pessoas, via Deus...

mas ele nao acreditava que podia falar com alguém através dos céus, apesar desse mundão azul e branco falar com ele... ele preferia aquela loucura de sempre, do que entender finalmente que não estava louco...

foi coisa de minuto. pá. pum. já.

ele saiu correndo, sabe, e foi tão lindo, sabe? lindo mesmo... lindo mesmo...

e desde aquele dia as nuvens pararam de segui-lo e ele parou de falar com elas...

foi lindo ir vê-lo morar com elas...

me dá um quê de saudade às vezes...

mas aí eu olho pro azul e lembro dele e ele deve, em algum ponto daquela insanidade que o corrói, lembrar de mim...

quarta-feira, 26 de março de 2008

finjo que finjo que finjo

um samba de roda, um reggae gostoso, a chuva caindo, um dia fluindo...


ahhhh...


que bom um dia de sol


que bom um dia de chuva!!!


é tão bom ficar feliz gratuitamente!

"Bonita

Pra que os olhos do meu bem

Não olhem mais ninguém

Quando eu me revelar

Da forma mais bonita

Pra saber como levar todos

Os desejos que ele tem

Ao me ver passar

Bonita

Hoje eu arrasei

Na casa de espelhos

Espalho os meus rostos

E finjo que finjo que finjo

Que não sei "

(a mais bonita - meu chico)

*pena que eu não tenho um "meu bem"

terça-feira, 25 de março de 2008

da mania de ter manias


a gente sempre tem uma mania (ou várias???)...


quando eu era criança e tomava leite puro na mamadeira tinha que ficar com uma almofada em formato de coração que tinha uma fronha violeta de cetim do meu lado direito... eu dobrava uma vez, aí dobrava mais outra e finalmente o ritual estava feito...


quando eu era pré-adolescente e fazia inglês eu nunca ia de saia e nem de vestido...


quando eu lavo a mão eu geralmente lavo o rosto também...


quando eu bebo cerveja eu nunca bebo uma só...


quando eu viajo com meu pai costumo ser monossilábica...


quando conheço pessoas novas costumo falar pelos cotovelos...


me acostumei a machucar pessoas legais por causa de um falecido idiota...


e tenho uma mania que não pára de me perseguir: comprar livros...


tenho mania de ser estressada, de bater em portas, falar sozinha e tenho a minha mais nova mania... só escutar the kinks


é bom conhecer algo antigo, é uma pena que a gente fica com aquela saudade impossível dos anos que não voltam mais... (e que na verdade nunca foram nossos)


mas voltemos ao trabalho...


porque se tem uma mania que me persegue mais ainda é a de me desvirtuar fácil, fácil das coisas e pessoas...


terça-feira, 18 de março de 2008

meu pai é de peixes!

Filho de peixe, peixinho é?


Eu realmente não sei...


Ser meu pai não é fácil... mas é estranho porque eu sempre fui, meio sem querer, uma cópia escarrada e cuspida dele


Então, dessa forma, ser eu ( podemos supor) não é fácil...


Meu pai não teve mãe.


A mãe dele morreu de parto dele.


Meu pai não teve pai.


Na verdade ele teve, dois.


Um que nas conversas cotidianas ele chama de "pai" com tom carinhoso é o seu "dos Anjos", Manoel dos Anjos... o avô que eu conheci pelo alto, mas que morreu doido quando eu tinha 7 anos e era viciado em coca-cola...


E o outro, um vara pau, que, desculpe a memória, era o pai dele MESMO e eu não lembro o nome....


Eu sei que nessa família "de verdade" eu tive até bisavô! O meu azar foi não ter puxado a altura deles... talvez eu não tivesse tido os tantos traumas de adolescência que eu tive...


Mas, sem devaneios, eu tive quase a figura de uma avó nessa família biológica do meu pai... eu também não lembro o nome dela, só lembro que era ela cega...


E também lembro, isso é impossível esquecer, que segundo minha mãe é devido a essa família que meu pai foi o homem que, felizmente, eu não conheci...


Explico, a genética veio como um banho gelado em dia frio: certeira e dolorosa! Os vícios... o tal do cigarro que era très chic e meu pai começou aos 13 e a tal da maldita cachaça.... meu pai mesmo diz: "pinga é ardida, cerveja amarga... se é pra beber, que fiquemos bêbados, então!!!"


Mas, esse lado eu não conheci e essa determinação foda é o que eu tenho algumas vezes: "eu vou parar com a bebida, mesmo sendo alcoólatra" e ele parou... e faz mais de 25 anos que aquela frase foi certeira!


Com o cigarro, vício maldito, a decisão veio no dia internacional antitabaco "vou parar" e ele parou... teve um infarto e perdeu 30% do coração... após o infarto ele foi procurar um médico lá da Barra, o que ele disse? "o senhor teve uma virose" ... ahhh... PQP...


Aí ele foi em um médico de Cuiabá, ele passou uns remédios que meu pai passava mais mal do que bem...


Finalmente veio um goiano... e hoje ele tem uma caxinha de madeira carregada de remédios pra todos os gostos, horários e tamanhos...


Aí eu perguntei um dia, "Papai (é assim que chamo ele até hoje), foi bom parar? Dizem que o gosto da comida é melhor!"


"Que bom que nada, se eu soubesse que teria um infarto eu não teria parado..." em tom de brincadeira e irônico como sempre! Coisa que eu nunca me esqueço é dele dizendo que cigarro é "câncer em pílulas" ...


Irreverente, irritado, irônico, piadista de primeira e a melhor imitação de bêbado do mundo, um estilo meio cafajeste, filho único por parte de mãe e pai adotivo, cheio de irmãos pelo lado biológico da família, estressado, juiz de casamento, piloto, casado pela primeira vez aos 20, pai aos 40, autodidata na sanfona, dançarino de primeira, professor de português, fotógrafo, um cara arraigado nas suas tradições, o melhor pra pegar mangaba no cerrado, conhecedor de Mato Grosso como ele não tem, o homem que saiu com o intuito de colocar o nome da filha de Manuela e mudou, na hora, pra Isa...


Generoso... esse é o nome, esse é meu pai jornalista e, independentemente do sexo, o cara que eu quero seguir....

Um dia pode até ser que os caminhos, apesar das profissões serem iguais, já não sejam mais os mesmos...

Mas o que vale é o que a gente sente, o que a gente vive...

E esse é O cara!

(E tenho certeza que tem muitos assim soltos pelo mundo)