Cada vez me deparo mais com a sensação de ter de conviver comigo mesma.
Ficar só é isso. É entender como somos e, principalmente, como não queríamos ser.
Eu me odeio. Não por colher o que planto. Nem por achar que estou pagando o que meu outro ser fez na “minha” vida passada. E não é aquele ódio quase suicida. Não, não e não tem nada a ver com isso.
É tristeza. É melancolia. São as coisas desnecessárias. São as pessoas desnecessárias. Sou eu por mim mesma. E ponto.
É difícil se conhecer. E não, não falo que é difícil se autoconhecer por nunca pensarmos que somos uma coisa que não somos. É difícil porque é doloroso.
Não sou a princesa do conto de fadas.
Tão pouco a bruxa que oferta uma maçã.
Sou o que ninguém vê. Mas sou o que sinto. E, com absoluta certeza, sou o que poucos sentem.
Não sou o que minha mãe acha. Muito menos o que meu irmão acredita.
Não sou uma coisa só. Assim como não sou um sentimento só.
Sou um misto de nada com tudo e mais um pouco.
Sou uma ilusão perdida. Algo que não foi uma dádiva de deus.
Também não sou uma maldição de zeus.
Nem um dos sete pecados.
É duro. É imperfeito. E é tão típico de ser humano.