quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

na semana passada você prometeu ficar
e eu, pela milésima última vez, acreditei
mas, logo em seguida, você fugiu
e eu, mais uma vez, prometi seguir

você partiu meu coração tantas vezes, amor
e tantas vezes o uniu, pedacinho por pedacinho

acontece que
não há cola que dure no infinito
e quiçá
amor que se reconquiste a cada minuto.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

eu já fui tantas que hoje nem sei
olhar no espelho me confunde mais
que ficar parada olhando pra trás
passado
passado
vida.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

nunca fui a escolhida.
sabe aquela hora que todos se reúnem pra escolher os jogadores dos dois times? eu ficava no banco.
sabe o Natal, quando são só dois irmãos e você ganha apenas um presente, enquanto o outro fica sem conseguir abraçar todos, de tantos que são?
eu nunca tive a sorte natural que algumas pessoas têm.
nunca fui mandada embora da escola, mas também nunca fui a escolhida da professora.
não fui a melhor nadadora.
nem me escolheram rainha de nada nas festas juninas.
tinha a beleza juvenil que passava da média, mas nunca alcançava o topo.
segui no caminho do meio.
e, diga-se de passagem, ele não foi fácil - pelo menos pra mim
segui a via mais difícil e o que parece é que, às vezes, teimo em permanecer nela
me afasto
me jogo no meu mundo e, algumas vezes, desejaria mesmo que ninguém me tirasse dele
admiro a folha seca à árvore cheia de frutos.
não, não me considero a perdedora, mas também não coleciono medalhas de honra ao mérito.
não consigo dar cambalhota e menos ainda fazer estrelinha
me tolheram ou eu me tolhi?
não me desconsidero por isso
não me julgo menos por nada
eu sou
sou aquela que já se escondeu debaixo da cama para se esconder do mundo
que passou diversas vezes por diversas águas de um mesmo rio
que chorou de alegria
e riu de raiva
e sou aquela que sabe o quanto a vida pode ser leve, mas o quanto ela é dura pra alguns
faço meus rabiscos e desenho formas amorfas, traço paralelas e, no fundo, torço pra que elas se encontrem.
há esperança na indiferença.