sexta-feira, 19 de abril de 2013

ando diariamente com a sensação de não querer estar. dias entediantes, rotinas estressantes, pessoas sem sal ou com muita açúcar. sabe como é? estragadas por natureza.
mesmo que haja poesia na música do chico, no cotidiano, no feijão, no hortelã, fato é que não há entrega quando não há renúncia. o que é preciso deixar exposto? o que é preciso marcar? para quem é preciso se entregar?
quando mal, leio bukowski.
sim, me serve como uma bíblia. eu abro qualquer página e uma linha sublinhada me salva. por um momento, penso, encontro alguém que foi tão humano que chegou a ser cruel. "a vida dele foi um eterno suicídio". será?
é como se esmagassem minha cabeça contra o chão sujo, vomitado, pisado. o cérebro dá loops aparentemente infinitos, a voz enfraquece por dentro. é como um sonho de socorro em que não há voz. silêncio. é preciso se encontrar pra se perder ou primeiro saber quem é para rejeitar o título?
a vida,
eterno suicídio.