terça-feira, 29 de novembro de 2011
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
volte, marcelo.
quando eu conheci marcelo?
era pequena, ele mais velho e lembro que chegou em casa como um furacão. aliás, ele fazia o furacão.
não éramos parecidos, mas isso não era nada comparado ao mesmo sangue que corria em nossas veias. e que ainda corre. mas marcelo se desviou. o sangue ficou impuro. e a impureza nada tem de religão ou hipocrisias jogadas ao léu.
marcelo, simplesmente, se perdeu.
e quem já não desviou o caminho e como dorothy apenas queria voltar pro melhor lugar, que é nosso lar?
o problema de marcelo, infelizmente, era exatamente esse: onde estaria seu lar?
família destruída, farpas trocadas, marcelo menino. ele não aguentou. não esperou absorver as coisas. a ferida nunca estancou, só abriu e abriu. a rebeldia chegou. a pedra veio, dominou marcelo e dominado, estancou, sem de repente algum. marcelo sucumbiu, meio morto-vivo, meio sem destino, meio torto, meio menino.
é isso, marcelo é menino. parou no tempo e do tempo se fez refém. ou da pedra. ou do tráfico. ou da vida. marcelo se fez refém da vida. e aí, companheiro, não há fraternidade que socorra ou desarme. não há lembrança terna de um passado levemente adocicado que acalme. e no caso de marcelo, o passado não foi justo.
o que teria acontecido se nada tivesse acontecido? marcelo menino teria virado homem? num canto, encolhido, entregue, imune aos sentimentos, marcelo chora? sofre? agoniza? marcelo sente? e se sente, será que pode existir esperança, aqui desse lado dos tijolos amarelos, pra viver em paz? volte, marcelo.
era pequena, ele mais velho e lembro que chegou em casa como um furacão. aliás, ele fazia o furacão.
não éramos parecidos, mas isso não era nada comparado ao mesmo sangue que corria em nossas veias. e que ainda corre. mas marcelo se desviou. o sangue ficou impuro. e a impureza nada tem de religão ou hipocrisias jogadas ao léu.
marcelo, simplesmente, se perdeu.
e quem já não desviou o caminho e como dorothy apenas queria voltar pro melhor lugar, que é nosso lar?
o problema de marcelo, infelizmente, era exatamente esse: onde estaria seu lar?
família destruída, farpas trocadas, marcelo menino. ele não aguentou. não esperou absorver as coisas. a ferida nunca estancou, só abriu e abriu. a rebeldia chegou. a pedra veio, dominou marcelo e dominado, estancou, sem de repente algum. marcelo sucumbiu, meio morto-vivo, meio sem destino, meio torto, meio menino.
é isso, marcelo é menino. parou no tempo e do tempo se fez refém. ou da pedra. ou do tráfico. ou da vida. marcelo se fez refém da vida. e aí, companheiro, não há fraternidade que socorra ou desarme. não há lembrança terna de um passado levemente adocicado que acalme. e no caso de marcelo, o passado não foi justo.
o que teria acontecido se nada tivesse acontecido? marcelo menino teria virado homem? num canto, encolhido, entregue, imune aos sentimentos, marcelo chora? sofre? agoniza? marcelo sente? e se sente, será que pode existir esperança, aqui desse lado dos tijolos amarelos, pra viver em paz? volte, marcelo.
domingo, 13 de novembro de 2011
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
terça-feira, 1 de novembro de 2011
vem, Paris
vem
abre as manhãs
Paris chegou pra mim como num sonho
vem, coração
a vida é curta
e sol se põe ali na Sacre Coeur
é lindo de chorar
vem,
que os diálogos travados
se perdem em palavras doces
ao som das águas do Sena
vem ventar aqui na Torre
vem caminhar pelas ruas molhadas
escorregar na história
tropeçar nas pontes encadeadas
flanar pelo Lachaise
vem.
abre as manhãs
Paris chegou pra mim como num sonho
vem, coração
a vida é curta
e sol se põe ali na Sacre Coeur
é lindo de chorar
vem,
que os diálogos travados
se perdem em palavras doces
ao som das águas do Sena
vem ventar aqui na Torre
vem caminhar pelas ruas molhadas
escorregar na história
tropeçar nas pontes encadeadas
flanar pelo Lachaise
vem.
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