terça-feira, 19 de julho de 2011

hoje o pássaro preto pousou na janela e não quis ir embora e eu fiquei pensando em como sou péssima pra acentuar palavras. pensei em coisas banais para não lembrar de mim. me veio as nuvens em formato de dinossauros, a poeira entrando pela porta, a solidão verdadeira. não me senti bem e nem mal, apenas me senti viva e isso era indiferente.

domingo, 17 de julho de 2011

não, não vou.

da última vez você disse que não partiria e que não me partiria.
da última vez foi a última e a primeira parecia nunca terminar. por que terminou agora?
minha cabeça confusa me diz o que não fazer, o que fazer, o que não fazer, o que deveria ser feito. eu não sei. eu olho seus olhos e parecem que os meus são cegos. eu não escrevo pra ninguém e invento mentiras. eu invento mentiras? será que realmente as mentiras não seriam verdades que esqueceram de acontecer? me dê uma luz? não, não peço nada. não quero lembrar que um dia pedi e que você simplesmente ignorou.
o teto tem o peso de carregar o que? e o solo? a luz? a flor tem aquela cor por quê? por que você partiu eu nunca vou entender. não, não vou. e não vou entender porque apareceu. não, não vou.

terça-feira, 12 de julho de 2011

não dá pra amar em cima de limitações. amor não é isso. é estar preparada pra despencar, e outro estar lá embaixo esperando.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

me disseram que você estaria lá no final. ou no início, mas me disseram que você estaria lá. e você não estava. foi pior do que esperar no sol de meio dia a mãe que não vem. me disseram que você estaria lá, mas você não esteve e eu tive que seguir sozinha. eu tive que ser sozinha e tive que aprender a me virar. obrigada. é solitário, mas é real.

domingo, 3 de julho de 2011

um só.

-por que partir?
- e por que não?
- lembra o que aconteceu da última vez?
- sim, ficou mágoa, deixou saudade, uma parte de mim ficou pra sempre lá.
- quer isso novamente? quer se matar de saudade, é isso?
- só quero tentar.
- tentar o que?
- eu não sei, é isso que busco. estou tentando. quero cavar o que puder. achar minha casa e não sair mais dela. já foi dolorido demais sair do buraco que vim, tive que cavar, tive que tentar ser eu...
- e o que é e ser você?
- um pedaço inacabado de vida...
- e quer ser inacabado pra sempre?
- é exatamente isso, ninguém está acabado. quem está, morreu.
- e se não conseguir?
- eu tentei pelo menos. não adianta continuar, não adianta continuar fingindo que está tudo bem e que amanhã vai melhorar e, se não melhorar amanhã, depois de amanhã melhora. chega! não quero...
- e lá será diferente?
- não, a gente carrega saudade e tristeza, mas o que mais a gente carrega mesmo é a gente. nossas frustrações, medos, angústias. isso a gente carrega e é pra sempre.
- então?
- então me deixe livre pra buscar o que eu não sei o que é, mas que preciso encontrar, pra no final dizer "eu nunca vou me encontrar".
- somos um só.
- sim, consciência. somos um só e às vezes é irônico, é trágico, é cômico, mas somos um só. uma só.