terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

bocasemisuja

Acontece que hoje não estou pra ninguém. Essa semana tive que matar uma perereca e ver a morte de um rato. Foi foda. Existe vida indo embora toda hora perto da gente. Fora as formigas que insisto em torturar de uma forma sádica. Nós nos damos ascos. E ainda me pergunto se o outro lá estava certo... porque sou grande, tenho que matar? Eu, com atos não racionais, que evoluo?
Além do mais tenho escutado coisas que não me pertencem e sendo menos eu. Foram 4 anos em 1 semana. JK e essa mania de redução. BAH, como diriam os lá de baixo. E sim, mais uma vez tentei colocar o piercing, mas o buraco parece ter fechado. Ah, tem outra, as discussões sobre Bukowski estão que não terminam... foda é nego achar que pode escrever igual uns ou outros que se destacaram pelo simples fato de serem perfeitos no que faziam. TÁ. Perfeitos?

Que se foda, hoje não tô pra ninguém.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

bipolar

a noite foi boa. chuvosa e calma dá a sensação de conforto. a cama parece te abraçar. o dia acontece e tem uma carinha de que tudo vai ser bom.
a casa é grande, espaçosa, cheia de árvores, passarinhos. o encontro com amigos, risadas soltas. uma boa coca cola para alimentar o vício. música leve, suave. te adoros escritos, te amos sentidos, saudades latentes.

parece uma vida normal. boa. feliz.

amanheço com solidões.

a noite sempre trás a angustia do não visto. chuva deprime por lembrar de um tempo bom. a calma é sentimento desconhecido.
os vícios são tantos e outros e muitos e sempre...

palavras soltas.

vivo com solidões.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

amigo

ele veio se instalando de mansinho. naquela multidão de futuros ricos, de domésticas frustradas, de enfermeiros que queriam ser médicos. ficava à minha esquerda, usava óculos, um detalhe nos dentes, sorrisos postos. nunca amarelos. até hoje me imagino por que olhei pra ele, por que naquela multidão nos achamos. eu, vinda de uma terra colorida, sotaque meio mudado, fui me prendendo, fui me apaixoaproximando. ele, tão solícito, tão calmo, tão engraçado, tão... ele.
e tudo foi acontecendo e se transformando.
e quantas conversas foram trocadas? milhares?
e quantas gargalhadas?
e quantas porrrrtas e carrrrnes e tudo mais que o R denuncia foram falados?
e quantas agonias?
e quantas frustrações?
e quantas pessoas foram passando?
e quantos você amou e eu odiei?
e quanto nos fomos querendo bem?
quantas visitas nas madrugadas?
quantas tentativas de truco?
e quanto e tudo e mais e sempre?

touro. câncer. ciúme. entrega. amizade.

de tudo que passa, pouco fica.

você ficou.

obrigada por existir, amigo.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Cavei buracos pra me enfiar. Solucionei os problemas fugindo. Achei as as chaves no bueiro. Ri da tristeza dos outros. Trouxe esperanças. Abracei uma criança chorando. Menti em tudo.