quarta-feira, 2 de outubro de 2013

breve instante
vida
doce tempo
fim de tudo
céu escuro
dia.
sangue
corte
pílula laranja.
que leve
e que
nunca
volte.

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

fé, força, foco, determinação

despertei em um dia chuvoso de primavera e pareceu claro como nunca que nada deveria abalar tanto como isso que a gente faz todo dia. isso, de viver. acordei pensando em fé e de repente ela me brotou, tal qual uma determinação, em uma timeline de rede social. a nossa fortaleza fica dentro da gente, pensei. existem os percalços e tantos nunca foram tão claros como agora. nosso pior inimigo somos nós mesmos. tudo é um somatório. sonhei nessa noite com um ex tão temido quanto os bichos inexistentes e aparentemente tão reais para crianças de 5 anos. depois do sonho, a fé. vi com minha visão 100% perfeita que um olho esquerdo cego e apenas 25% de visão do olho direito fizeram luiz seguir. luiz pode ser joão, maria, valentina e, até mesmo, eu. e se fosse diferente, agiria igual? ser feliz ou ter razão? essa pergunta me persegue. e eu tenho procurado segui-la. não quero sempre mudar. quero sempre aprender. e o que a gente aprende, ninguém nunca tira. não é a razão ou a felicidade que importam. é o conhecimento, é tudo que pude abraçar, que meus olhos puderam ler e ver, são meus sonhos. e mesmo que amanhã morra, sei que poderei descansar. e como disse frida, nunca mais voltar.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

vejo fotos do passado e de repente percebo a incongruência com o agora. um sorriso retido e de repente as imagens retomam histórias, que retomam tristeza do que o presente se tornou. tenho medo de olhar. de ver além. machuca. dói. fere. será que é aquela memória inventada? um trecho reescrito com uma vida recontada? olhar magoa. assim como viver afugenta vontades.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

para los días que las cosas parecen que nunca van a cambiar
que la vida es siempre y solo lo mismo
para
nada

sábado, 11 de maio de 2013

sim. precisava ser tudo, precisava ser nada.
precisava do vazio e de sentir o copo transbordar
precisava do silêncio e precisava de mais silêncio ainda. de ouvir, além das vozes na cabeça, as batidas do coração.
era isso e não era nada: precisava de gente e odiava ter que precisar.
precisava esclarecer as coisas
e precisava deixar o tempo passar
precisava mandar calar a boca e precisava mandar falar
precisava olhar nos olhos
                                      verdes
                                      castanhos
                                      pretos
                                      mel
                                      nos óculos espelhados vendo-me chorar
precisava urgentemente me calar
me silenciar
chorar baixinho
soluçar
precisava magoar alguém
perder
não mais suportar
precisava reolhar
precisava transmitir o que sente
ou simplesmente deixar passar
precisava dizer te amo
e ao mesmo tempo gozar
precisava ficar sozinha
precisava ficar sozinha
precisava ficar sozinha
precisava se autoprecisar.

sexta-feira, 19 de abril de 2013

ando diariamente com a sensação de não querer estar. dias entediantes, rotinas estressantes, pessoas sem sal ou com muita açúcar. sabe como é? estragadas por natureza.
mesmo que haja poesia na música do chico, no cotidiano, no feijão, no hortelã, fato é que não há entrega quando não há renúncia. o que é preciso deixar exposto? o que é preciso marcar? para quem é preciso se entregar?
quando mal, leio bukowski.
sim, me serve como uma bíblia. eu abro qualquer página e uma linha sublinhada me salva. por um momento, penso, encontro alguém que foi tão humano que chegou a ser cruel. "a vida dele foi um eterno suicídio". será?
é como se esmagassem minha cabeça contra o chão sujo, vomitado, pisado. o cérebro dá loops aparentemente infinitos, a voz enfraquece por dentro. é como um sonho de socorro em que não há voz. silêncio. é preciso se encontrar pra se perder ou primeiro saber quem é para rejeitar o título?
a vida,
eterno suicídio.

terça-feira, 19 de março de 2013

aquis e lás

sofro de aquis.
aqui nunca está bom
aqui não presta
aqui não é meu sonho
aqui não quero ficar

preciso dos lás
preciso do que não me pertence
do que nunca foi meu
do que nunca será
do que está lá: distante