sexta-feira, 30 de setembro de 2011

qual é o peso da morte?
o que o coração guarda?
qual aflição ele esconde?
quem segura a mão que pende?
quem perde a dor que guarda?

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

dias cinzas

nos últimos dias as coisas têm ficado cinza.
eu gosto de cinza, mas algumas vezes, cinza demais parece cor nenhuma. sabe quando você não sabe? quando não enxerga? quando simplesmente não vê? é uma cortina de fumaça na sua frente. é, fumaças são cinzas.
alguns momentos da vida você gostaria que escolhessem por você. gostaria que preferissem se frango, peixe ou carne. ou se nenhum dos três. light ou normal. arroz ou macarrão. ou os dois.
escolher demais é não escolher. ficar sem escolha é um tipo de escolha. mas, sinceramente, não sei. hoje subi escadas vazadas e vi muito chão. digo, era muito mesmo. se eu caísse, morreria. e eu penso na morte a todo momento. sou curiosa. penso se terei dor, se será um acidente, se será de repente e se, de repente, muita gente vai chorar. ou ninguém. eu penso na morte e penso que morrer deve ser duro demais quando se tem muito. penso em mim sozinha e vejo que não seria assim tão doloroso deixar o mundo e penso como faria se deixasse o mundo com filhos pequenos. a visão muda. e com mais idade parece que uma hora você tem visão demais e em seguida é como se fosse cego enxergando vultos. as coisas estão cinzas mas poderiam estar pretas. e, sinceramente, se fossem brancas de que cor eu gostaria de pintar? o céu nublado sempre me deixou feliz, assim como dias chuvosos, assim como folhas secas no chão. eu nunca prestei atenção na chegada, mas sempre no caminho. nunca prestei atenção no final, mas nas entrelinhas. na verdade, eu até presto atenção no óbvio, mas gosto do que me entristece, engrandece, do que me faz sentir diferente. o que eu gostaria é que ninguém prestasse atenção em mim quando eu presto atenção nas coisas que eu sempre presto. parece perder o sentido, se desfaz, respinga em nada. ah! e como eu gostaria de passar desapercebida pelo mundo. sabe a folha seca no chão que faz um barulhinho? eu gosto desse barulhinho. se o dia estiver cinza, talvez será o dia mais feliz do meu mundo.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

eu sou melhor sozinha

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

simplesmente às vezes parece que não, que não se encaixa, que não foi feita pra mim. é como se tentasse colocar mais uma peça em um quebra-cabeças de 500. sou a peça 501, uma, pequena, mas que não acha seu lugar. e dói ser carta fora do baralho, dói a rejeição, a sujeição, a insignificação. me dói e da minha dor, só eu, infinitamente eu, sei.