segunda-feira, 25 de setembro de 2017

na sexta nos falamos. 40 anos. vai ser pai. o tempo passa rápido né? lembra de mim lá naquela época? aparelho na boca, 21 anos recém-feitos. você todo adulto, independente. eu, cursinho indecisão. você, como diz a música do Cazuza, literalmente me pegava na escola, enchia minha bola com todo seu amor.
lembra da gente? foi sintonia no primeiro encontro. foi tanto amor. foi tanta troca. foram tantos ciúmes despropositados, vendo na ótica do hoje em dia. foram anos a distância. três. três longos anos. você era meu porto seguro e desde então não teve ninguém pra preencher isso que você deixou em mim. essa coisa boa. nossas viagens de moto. nossas loucuras. nossos acampamentos. nosso meio do mato que parecia meio do mundo. nossos amigos. seus amigos que viraram meus. nossas festas ensandecidas.
você me enxergou da forma que eu não me via e me mostrou como é bom ser dois e, ainda assim, querer fazer parte um do outro.
você me viu crescer. me viu sair da indecisão de uma vestibulanda até entrar na faculdade e me tornar o que eu já era sem saber.
você não foi, você sempre será.
e você, pai, me enche os olhos d'água. mas não é de tristeza não.
é de orgulho de saber que você vai ser pra essa criança o melhor que você puder.
e você pode, meu eterno meu bem.

Nenhum comentário: