quarta-feira, 17 de agosto de 2011

pássaro preto sem sorte

sou passarinho desengaiolado
e por mais que tentem me prender
que me cortem as asas
que me tirem as penas
que me deixem à míngua
sobrevivo
para que use todas as minhas forças
e transforme sua vida na prisão
que transformou a minha

qual o quê de insanidade o ser humano possui para prender um pássaro negro, que dá sorte, e, pelo mesmo fato, arrancam-lhe o de mais bonito que lhe deram: o voo. para sorte? sorte de quem?

poesia, como diz manoel, é voar fora da asa.
para o poeta é isso: não lhe tirem as metáforas. a vida. as letras. os bicos. lhe deem liberdade. com ela, ele volta. sem ela, ele morre.

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