segunda-feira, 18 de abril de 2011

dostoievski e julia roberts

tive que acostumar a me acostumar. não queria que as coisas tivessem sido assim. e nem sempre elas foram, confesso. a primeira vez que me deparei com a possibilidade de que fazer planos não significava, de forma alguma, vê-los se cumprirem foi tardiamente. quando era um pouco mais nova, pensava que aos 22 anos seria completamente diferente do que fui aos 22. aos 25 outro choque me fez olhar pra mim e, de frente comigo mesma, me encarando em um espelho, avistar alguém que eu não queria ser. não me arrependo de ser eu. ou melhor, não me arrependo de ser do jeito que fui, seja aos 22 ou aos 25. do que queria ter sido para o que acabei sendo existe um oceano de diferenças. e tive que aprender a navegá-lo. não é fácil. poderia ser e às vezes quando as pessoas me perguntam por quê coloco tanta dificuldade onde não existe, ah!, se eu soubesse, não as colocava. acontece que, tive que me acostumar. é como se eu quisesse uma comédia romântica pra minha vida e ela tivesse me dado a chance de escolher apenas um romance russo. me sinto tendo sido escolhida, sem modéstia (ou falsa modéstia) alguma por dostoievski ao invés da julia roberts. e qual é o mais real? o que é osso e fere? no fundo, tudo é irreal, ilusão ou vida?

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