segunda-feira, 15 de novembro de 2010

um pedaço de não-vida na vida.

quando a gente começa um relacionamento, não é com a intenção que ele acabe ali, um pouco mais adiante. pra mim, amor é a construção de uma vida. é entender quantos defeitos e quantas qualidades aquela pessoa tem. é sobrepor as qualidades, mesmo entendendo cada um dos defeitos. é en-ten-der, não querer mudar. e é isso que é tão dificil pra mim. e, se o amor é a construção de uma pequena vida, tenho perdido vidas e abortado outras precocemente. e, sinceramente, tem me faltado vontade de ver nascer uma outra coisa, um outro amor, uma nova vida.
não é por preguiça e tão pouco por medo. é pela dor que um parto pode ser e quanto se devota de amor em uma vida pra vê-la morrer tão cedo. é pela falta de tato de saber cuidar do amor e matar a vida. é por razões que ainda não sei e nem acredito que vou saber um dia.
amor acaba independente do tanto de respeito que exista.
e respeito acaba mesmo existindo milhares de montes de amor.
então, por que acaba?
se existe amor, ele deveria ser maior que tudo. se sobrepor a dezenas de coisas. ou, façamos assim, ele nem deveria existir. o que não existe, não existe e pronto. não há dor, parto ou aborto.
penso e repenso o que faz dar errado e minhas conclusões nunca me trazem respostas adequadas ou convenientes. por isso a pergunta que me faço sempre é, se somos aquilo que pensamos ser ou se somos aquilo que outros enxergam na gente. há uma visão míope aqui. se sou o que penso que sou, me conheço e finito. se sou o que pensam que sou, o outro me reconhece mais que eu mesma e daí ultrapassar a linha raza de quem eu sou é impossível.
imagino também que há pessoas que se entendem e compartilham quem são mais facilmente que outras. portanto, se comigo não deu, certamente com outra dará. ou não.
confusões à parte, a máxima deveria ser "viva". o problema é quantas vidas perdemos com essas vidas que morrem?

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