domingo, 29 de novembro de 2009

baratas e flores

a pele
a minha
filete de pequenos pedaços, células desvairadas, borboletas no cabelo, pedaços caindo e caídos ao chão
não broto flores, Fedro
não sou a rosa
nem o clichê do espinho
sou
e me desconheço em mim
me reconheço nos outros
pequena em mim
catando as raízes que nunca serei
cheiro?
só da tristeza que insiste em reviver como baratas

mas quem disse que baratas não podem cheirar à rosas?

desde que saia uma bela borboleta amarela do meu cabelo,

tudo é possível Fedro

mesmo não sabendo quem é você

quem sou eu

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

a última valsa


o tempero desbotou a cor do vestido
e eu dancei a ultima valsa até o amanhecer
perdi os saltos – nunca soube andar com eles mesmo
e a compostura quando você me disse palavras que misturadas a outras poderiam ser doces
porém, não são
amor é bonito
falta de amor misturado é feio
ódio é horrível
nunca sentirei ódio de você é lindo
quando foi a última vez que meu rebolado me fez cair?
e quando me fez flutuar?
você vem comigo?
me acompanha aquela vida inteira?
não, sei que não
aquele fantasma do livro, o Fedro, ele sabia das coisas?
discuta comigo coisas sem importância - me mostre quanto da minha futilidade é importante para a sua inteligência
e daí
quem sabe
a última valsa seja só porque a noite acabou
e não pela falta de amor...

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

.

atravessar a ponte não tem o mesmo sabor nem o mesmo gosto sem você. olhei pela janela e as pequenas bolinhas de água que a chuva desenha na janela denunciam o dia que eu queria que não estivesse passando do jeito que está, sem você. não, não tenho saudade das brigas e nem das aulas de histórias ou das discussõezinhas idiotas intermináveis pelo simples fato de eu gostar de azul com bolinhas rosa e você de rosa com bolinhas azuis. bolinhas. gosto de bolinhas. lembra minha mãe, lembram aquele vestido vermelho dela com grandes bolas brancas e o cintão pelo meio, perto das ancas. não, não me lembra. apenas vi em fotos e penso que vivi um tempo que a fotografia não deixa apagar. fotografia. foto - luz. grafia - desenho. tenho morrido um pouquinho cada dia toda vez que penso nas 1500 fotos, nas 1500 grafias da luz que perdi. 1500. você sabe o que significa isso pra mim? pra você? sabe o que seriam 1500 anos de história perdidos, simplesmente apagados do mapa? puf! cabum! se foi! e se tirassemos desses 1500 os 33 que jesus viveu? e mais 6 da segunda guerra? e tirassemos a voz de malinche? não sei, fato é que não foram tirados. porém, minhas fotos sim. tiradas por mim mesma de mim. por total irresponsabilidade minha?
achei no sebo "zen e a arte da manutenção de motocicletas". divino. fiz aquela janta. contei uma piada inútil. fui ao cinema. li. vi filmes. no resto os dias se arrastam. e no fim me sinto uma idiota de escrever um querido diário aos 25 anos.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

ali no meu cantinho, não sei mais o que pensar.

nem o que viver...

robô -  andando, fazendo, comendo.

esquecendo que existem outros sentimentos...




esquecendo...

esquecida...

esquisita

terça-feira, 3 de novembro de 2009

o gosto de perfume na boca sempre me faz lembrar que da próxima vez é pra fazer bem feito...

bem feito.
bem feito.
bem feito.

a lacrainha do conhecimento.

só ela.