sexta-feira, 6 de novembro de 2009

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atravessar a ponte não tem o mesmo sabor nem o mesmo gosto sem você. olhei pela janela e as pequenas bolinhas de água que a chuva desenha na janela denunciam o dia que eu queria que não estivesse passando do jeito que está, sem você. não, não tenho saudade das brigas e nem das aulas de histórias ou das discussõezinhas idiotas intermináveis pelo simples fato de eu gostar de azul com bolinhas rosa e você de rosa com bolinhas azuis. bolinhas. gosto de bolinhas. lembra minha mãe, lembram aquele vestido vermelho dela com grandes bolas brancas e o cintão pelo meio, perto das ancas. não, não me lembra. apenas vi em fotos e penso que vivi um tempo que a fotografia não deixa apagar. fotografia. foto - luz. grafia - desenho. tenho morrido um pouquinho cada dia toda vez que penso nas 1500 fotos, nas 1500 grafias da luz que perdi. 1500. você sabe o que significa isso pra mim? pra você? sabe o que seriam 1500 anos de história perdidos, simplesmente apagados do mapa? puf! cabum! se foi! e se tirassemos desses 1500 os 33 que jesus viveu? e mais 6 da segunda guerra? e tirassemos a voz de malinche? não sei, fato é que não foram tirados. porém, minhas fotos sim. tiradas por mim mesma de mim. por total irresponsabilidade minha?
achei no sebo "zen e a arte da manutenção de motocicletas". divino. fiz aquela janta. contei uma piada inútil. fui ao cinema. li. vi filmes. no resto os dias se arrastam. e no fim me sinto uma idiota de escrever um querido diário aos 25 anos.

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