terça-feira, 7 de outubro de 2008

chaves


tive que sentar naquele banco frio e esperar toda a minha raiva idiota passar.
já era tarde. muito tarde.
as chaves? de novo tinham sumido naquele joguinho de sumoapareço... por que fazia essa tortura comigo? por que procurava maneiras de enraivecer a mim quando na verdade a raiva era daquele sujeito porco que entrou na minha vida e a arrastou para a lama que fazia parte da vida dele?
eu fazia essas perguntas e o frio não cedia.
não havia um isqueiro, um clarão ao longe de uma casa qualquer, não havia nada que lembrasse calor. e o cachecol já era o mesmo que nada.
quase nevava.
raiva devia dar calor, pensei. mas será que de fato sentia raiva? será que de fato era raiva do sujeito ou de mim? será que era necessário conhecer pessoas, culpar pessoas, pensar ser feliz com pessoas, amar pessoas, odiar pessoas? será que era necessário conhecer pessoas para aí então descobrir que os defeitos nunca foram delas e sim seus? será que nós seres humanos duraríamos muito? será que se eu continuar a fazer perguntas idiotas o frio deixa de existir? NÃOOOOOOOOO... veio aquela resposta tão seca como só as respostas no frio podem ser. calei a boca dos meus pensamentos. só pensei calor calor calor calor calor.
revirei a bolsa tamanho família que carregava sempre pesada só para ter mais algum motivo para reclamar. achei as chaves.



ps: gracias ao iuri, do blog umbigo de cristo, pelo desenho!

Um comentário:

Anônimo disse...

gostei muito de seu pensamento, muito louuuco, demais