sexta-feira, 18 de abril de 2008

hamlet

Me apeguei à você e aqui estou. Nessa sala fria como só os pólos sabem do que estou dizendo. Fria, como fui várias vezes e não sentia. Fria, como só você soube ser ao falar que estava saindo por aquela porta.

Meu querido, sair eu também saí. Sim, confesso, conheci novos lugares, vi novas vidas. Descobri que sou muito mais do que fui com você.

Mas o que é ser muito mais do que você? O que é ser muito mais do que outra pessoa? Por que achar que sou melhor do que outrem, enquanto os destinos são um só: o pó.

Sei, sei, sei. Há mais coisas entre o céu e da terra que crê nossa vã filosofia, Hamlet. Ah como sei e como digo essa frase sempre...

E o que há?

Pois não sei ao certo.

Sentada nessa sala fria e vazia como dias de carnaval só posso dizer uma coisa: não há nada melhor que devaneiar palavras, nada mais inventivo que rabiscar pensamentos, nada mais triste e bonito.... é isso, bonito e triste...

Como só aqueles que escrevem para não morrer o sabem...

2 comentários:

Iuri Gomes disse...

.pensei que esse fosse um segredo nosso - de quem escreve para não morrer. já que o declaraste público, o jeito é virar poeta e fingir alguma dor - só para dar audiência ao meu próprio ego.

,)

Amuná Djapá disse...

O Iuri é foda. Ele está por aí, em toda parte. Aliás, vc está na Sina. Parabéns