segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

sonhei com uma horta verde na última noite.
ela olhava pra mim, murcha, seca, sem vida.
eu sorria, e o manjericão voltava com seu cheiro extasiante.
que horta sou eu?
e se fosse alguma, que frutos daria?
ando pensando na nossa vida
dostoievski tem tido o poder de me deprimir a cada linha
e cada paragrafo é tão dilacerante como verdadeiro.
você está ao meu lado na cama, mas é como se nunca tivesse estado ali.
me olha, e não me vê.
me toca, e não me sente.
pega em mim e me acha fria, enquanto meu corpo febril pede que novamente me aperte os braços para o sangue correr com mais vontade.
somos nós estreitos nós?
nós que não se desenrolam, mas não fazem parte da mesma corda?
é isso?
duas cordas lotadas de nós em paralelo?
lado a lado, em um infinito estar-ao-lado-sem-se-tocar?
é isso?
deixe que as leis da física me mostrem o contrário, por favor.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que cor eu teria,
Que cheiro,
Que forma,
Que sensação.
Que jardim seria eu? Fiquei aqui pensando. Definições.

Adoro seu Blog, sempre bom passar aqui.

Abraço,

Jair Gabardo.
www.paraquefiquem.blogspot.com