meu quarto é o retrato da minha vida: uma bagunça.
pelo chão, ao invés de passos é possível ver claramente livros, cadernos rabiscados com poemas que nunca serão publicados, latas de cerveja de várias marcas, anéis apertados para dedos gordos, um pouco de sangue misturado com certezas mentirosas.
no ar, fica a dúvida inevitável: a fumaça dos velhos vícios, a fumaça daquilo que pede socorro sem pedir. seria isso? seria?
para quem me lê diariamente e pensa que pensa como eu penso, aliás, que pensa que sabe como eu penso, eu digo: é fato, é verdade. mas até que ponto algo muda para ficar exatamente como está? e até que ponto algo muda para piorar o que já estava ruim? até que ponto algo que havia mudado volta a mudar para entristecer?
a semana tem sido pesada e as notícias que me chegam mais duras ainda.
então, por favor, volte com a certeza que ficará e me deixe afundar com a certeza da incerteza.
sim, existe amor. mas será que eu vou ter que dizer: café, acabou o amor?
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