a gente entra no corredor da morte todo dia:
o primeiro é o de casa até o ônibus.
no ônibus, espremidos feito vacas de olhos esbugalhados e intensos, cheios de medo da morte, chegamos ao corredor do trabalho.
a morte vem aos poucos. e vem todos os dias, não falha.
tal qual uma pistola pneumática - a morte entra e sai, sem deixar marcas e ruídos. entontece, mas deixa que nos reviremos de cabeça para baixo. deixa que o mundo todo seja um corredor espremido e exprimindo.
nos tiram a pele
arrancam os ossos
nos dividem - para nos comer
jogam fora nossos dentes
reutilizam nossos cabelos
o mundo é um corredor
e o olhar do mundo é o olhar da vaca - é o tempo.
o tempo é o olhar do mundo.
a vaca é o olhar da morte.
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
olho-tempo
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