segunda-feira, 11 de agosto de 2008

as pitangas

Sentou ao meu lado e começou a contar das coisas da vida

Acontece que eu, lá nos meus pensamentos insanos e caprichados, não estava muito aí

Aliás, nunca estou muito

E de certa forma isso me magoa

Saber que faço magoar

Deve ser aquele quê de poeta

Ele continuava a tagarelar e a noite já ia deixando espaço pro dia

Olha que coisa linda

Ele falando de si e da vida na verdade era uma forma só de pensar alto

No fundo algumas vezes falar é só deixar a voz não se perder

E eu, do lado direito do banco, pertinho da pitangueira, tentava pensar numa canção que desse no que aquilo estava dando

Num nada sem fim, que parecia com o tudo de um raiar de dia lindo

Acho que era um pedaço de amor...

Juntos, divagando, cada qual nos seus pensamentos... mas estávamos jun – tos

Daí eu achei engraçado estar junto mesmo pensando em separado

Mandei ele calar a boca

E foi um abraço com gosto de pitanga e sol mais lindo que só o começo de um dia pode ser.

Nenhum comentário: