andei pintando o tempo com as mãos
andei folheando o passado com os dedos
e pensando no barulho do tempo
os sinos
o tic-tac
o choro do dente caído
vê?
todos fazem barulho
todos cospem a vida passando
domingo, 20 de junho de 2010
sábado, 19 de junho de 2010
não é pelo simples fato de parecer que os bons morrem jovens. não, não é isso. é por simplesmente parecer que os ruins permanecem por aqui durante séculos, milênios, mundos, antes ou depois de Cristo.
me cansam. as pessoas me cansam. pouca idade, muita idade, teorias idiotas, palavras não entendiveis que só deveriam ser proferidas pro seu próprio ego, como dizendo pra ele assim: "viu, como sou inteligente? viu como absorvo inteiramente (ou até mesmo aquém) do que aprendo?".
teorias são ótimas. principalmente aquelas maquinadas em meio há gargalhadas, sorvetes, cervejas, abraços, carinhos, choros, caminhadas até chegar, finalmente, a cachoeira, reuniãozinha de afins num gramado lindo e carregado de alegrias dominicais. teorias são ótimas quando de fato são recolhidas as devidas proporções de humildade para formá-las.
não me cansam os cachorros loucos por carinhos, nem os gatos que reviram o lixo. eles me dão raiva, se muito. o que cansa são os desprezos, as faltas de tato, as pseudoautonomiasfakes e, principalmente, volto a repetir, a falta de humildade descomunal.
e, quando sobrar humildade e faltar burrice, de repente as pessoas parem para pensar como é vazio escutar uma música que não diz nada com uma cabeça que pensa menos ainda.
mesmo com 87 anos os bons morrem jovens e mesmo com 18 tem muita gente precisando morrer.
me cansam. as pessoas me cansam. pouca idade, muita idade, teorias idiotas, palavras não entendiveis que só deveriam ser proferidas pro seu próprio ego, como dizendo pra ele assim: "viu, como sou inteligente? viu como absorvo inteiramente (ou até mesmo aquém) do que aprendo?".
teorias são ótimas. principalmente aquelas maquinadas em meio há gargalhadas, sorvetes, cervejas, abraços, carinhos, choros, caminhadas até chegar, finalmente, a cachoeira, reuniãozinha de afins num gramado lindo e carregado de alegrias dominicais. teorias são ótimas quando de fato são recolhidas as devidas proporções de humildade para formá-las.
não me cansam os cachorros loucos por carinhos, nem os gatos que reviram o lixo. eles me dão raiva, se muito. o que cansa são os desprezos, as faltas de tato, as pseudoautonomiasfakes e, principalmente, volto a repetir, a falta de humildade descomunal.
e, quando sobrar humildade e faltar burrice, de repente as pessoas parem para pensar como é vazio escutar uma música que não diz nada com uma cabeça que pensa menos ainda.
mesmo com 87 anos os bons morrem jovens e mesmo com 18 tem muita gente precisando morrer.
quarta-feira, 16 de junho de 2010
sexta-feira, 11 de junho de 2010
coisas miúdas
gosto das coisas miúdas da vida
de ouvir o barulho que faz o vento nas folhas secas do chão
de pisar nas folhas secas
e de sentir o chão
gosto da pequenez do ínfimo
de ser redundante na minha insignificância
perto de outras coisas tão infinitamente maiores
gosto de tocar o intocável
de me aproximar de coisas que não existem
de me amiudar cada vez que sofro
e me tornar menor ainda cada vez que penso
me encaixo na solidão
porque sei que não fui feita pra multidões
não sei tocar o outro
sentir o outro
pensar no outro
amar o outro
me amiúdo mais e mais
cada vez que penso na pequena grandiosidade que seria
se pudesse
tocar
sentir
pensar
e amar
mas não posso
minhas pequenas noções de felicidade
são quando me encontro cercada por pequenas multidões:
os meus
os próximos
entendo isso
entendo que as noções de felicidade são compartilhadas
mas a minha pequenez é tanta que amasso e quebro sentimentos
como as folhas secas no chão
posso tocar as folhas
mas não tenho tato para tocar um coração.
de ouvir o barulho que faz o vento nas folhas secas do chão
de pisar nas folhas secas
e de sentir o chão
gosto da pequenez do ínfimo
de ser redundante na minha insignificância
perto de outras coisas tão infinitamente maiores
gosto de tocar o intocável
de me aproximar de coisas que não existem
de me amiudar cada vez que sofro
e me tornar menor ainda cada vez que penso
me encaixo na solidão
porque sei que não fui feita pra multidões
não sei tocar o outro
sentir o outro
pensar no outro
amar o outro
me amiúdo mais e mais
cada vez que penso na pequena grandiosidade que seria
se pudesse
tocar
sentir
pensar
e amar
mas não posso
minhas pequenas noções de felicidade
são quando me encontro cercada por pequenas multidões:
os meus
os próximos
entendo isso
entendo que as noções de felicidade são compartilhadas
mas a minha pequenez é tanta que amasso e quebro sentimentos
como as folhas secas no chão
posso tocar as folhas
mas não tenho tato para tocar um coração.
quarta-feira, 9 de junho de 2010
terça-feira, 8 de junho de 2010
uma cabeça que eoca por aí
me quedaram dois ambientes no mundo em que posso frequentar.
não, não. não no mundo que eu posso frequentar - como se houvesse mundos em que eu não pudesse frequentar, entende? mas nesse mundo me sobraram dois lugares nos quais posso ir.
um, é meu quarto.
o outro, a minha alma.
a ausência de fluidez, o colorido das letras, os rabiscos do tempo, os cheiros doces e azedos. este é o meu quarto. tudo o que resta, é minha alma.
o intangível, o frágil, o tempo, as letras, as cores, os doces e, até os amargos, também estão na alma. note, aqui, coisas se repetem e nada se reprime.
me pego dentro do quarto da alma e percebo que são inseparáveis.
a loucura, pergunto, é do quarto ou da alma? ou é um quarto da alma?
as cores, me pergunto, são dos meus olhos que veem ou dos olhos dos outros que sentem? eu sinto?
repito, eu sinto?
hoje, pra essa pergunta, o quarto parece estar vazio.
e percebo que a voz ecoa.
sem fluidez, sem cores, sem cheiros, sem tempos e nem rabiscos o quarto está vazio e sem respota.
o quarto, percebo, é a cabeça.
e arre, como é difícil ter uma cabeça que ecoa por aí.
não, não. não no mundo que eu posso frequentar - como se houvesse mundos em que eu não pudesse frequentar, entende? mas nesse mundo me sobraram dois lugares nos quais posso ir.
um, é meu quarto.
o outro, a minha alma.
a ausência de fluidez, o colorido das letras, os rabiscos do tempo, os cheiros doces e azedos. este é o meu quarto. tudo o que resta, é minha alma.
o intangível, o frágil, o tempo, as letras, as cores, os doces e, até os amargos, também estão na alma. note, aqui, coisas se repetem e nada se reprime.
me pego dentro do quarto da alma e percebo que são inseparáveis.
a loucura, pergunto, é do quarto ou da alma? ou é um quarto da alma?
as cores, me pergunto, são dos meus olhos que veem ou dos olhos dos outros que sentem? eu sinto?
repito, eu sinto?
hoje, pra essa pergunta, o quarto parece estar vazio.
e percebo que a voz ecoa.
sem fluidez, sem cores, sem cheiros, sem tempos e nem rabiscos o quarto está vazio e sem respota.
o quarto, percebo, é a cabeça.
e arre, como é difícil ter uma cabeça que ecoa por aí.
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