sábado, 20 de dezembro de 2008

não, não é

arrastei, puxei, segurei pelos cabelos.
ele não queria vir.
me deu ânsia.
raiva. ódio.
era um louco. de todos e de ninguém.
quis que fosse meu. agarreio-o, juntei-me a ele com um abraço terno.
tinha um laço de esperança.
estava cansada, morta, fatigada.
dizia pra mim que era meu, que não podia ser de outrem. era só meu.
mas ele, tão arrogante e solene como só ele pode ser, não me pertencia.
NÃÃÃÃÃO.
isso, ele, ..., o amor...
tão insolente, prepotente, dilacerante, unificador, sublime, destruidor.

puxei
continuei tentando arrastá-lo...

uma brisa passou. chuvas. estações.


até que, num lapso, entendi.





não importava o quanto arrastasse.








o amor nunca me pertenceu.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

K

Com não, dissemos sim.
Com sim, brigas intermináveis.
Cabelos, choros, Lucius e sua vida na década de 80.
Passamos pela cidade maravilhosa, sentimos nela o despertar dos nãos querendo dizer apenas um "SIM"!
e era tão simples, não?
era tão simples dizer "Quero você".
mas era bobagem ir pelo caminho fácil, bobagem admitir sentimentos estranhos.
e, pior que bobagem, era difícil entender o que acontecia e acontece.
sim, sempre queremos o impossível, aquilo quase inalcançável . é uma busca in-ter-mi-ná-vel...
e isso às vezes tem seu lado divertido
seu lado surreal
suas brigas com cerveja
seus puxões de cabelo
suas mordidas e marcas
e existem tantas coisas que nos definem
o próprio não definir
as próprias indecisões
amy, marisa, friends, chocolates, cinema, london, sorrisos, sardas, cachos, agressividades e, principalmente, pessoas...
forasteiros...
me deixa roubar seu coração? raptá-lo pra bem longe e te fazer vítima de mim?
se a resposta for não, choro mais uma vez...
foi o meio mais fácil e expressivo que encontrei nesse mundo pra sentir um pouco dele...
mas, de qualquer maneira, de alguma forma você foi a primeirA...
e nem eu consigo entender o que isso significa...

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

camomila

-qual é a medida pra saber se estamos ou não no fundo do poço?
-que pergunta mais descabida, você não acha? se estamos bem...
-logo estaremos mal, não? a vida é assim, altos e baixos. lembro de você falando certa vez...
-foram só divagações, ué...
-mas você acredita realmente em alguém que diz estar bem sempre?
-é, talvez não. mas só chega ao fundo do poço quem já estava tropeçando lá em cima, na vida.
-mas depois que se chega, será que se acostuma?
-todas as situações são "acostumáveis". tem gente que gosta do úmido e escuro.
-isso parece solidão
-mas é
-será que poderia ser definido assim? úmido e escuro...
-pega um chá pra mim?
-de que?
-camomila




(logo faço a lista das oito coisas)