domingo, 26 de outubro de 2008

ói minino

ói minino
vem tirá essa tristeza que ocê deixô

ói minino
dia clareô
ocê si foi
pedaço levô

ói minino
a primavera
as frô brotô

cadê ocê minino?
cadê?

vem pra ciranda minino
vem tocá
tocá meu coração, minino

ói minino
boto saia pra rodá

ói minino
vorta pra cá

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

fragmentos meus meus fragmentos meus

nasci com a "bacia" fora do lugar...
podia, hoje, ter uma perna maior que a outra, problemas na coluna e muitos problemas de aceitação
usei um aparelho até nem sei que idade
não engatinhei
fui logo andando e apoiando em um cachorro de nome veludo
poodle preto, grande e bonito
a primeira palavra que falei foi tia
a minha vida começou fudida desde o começo
porque isso deu num problema chamado briga eterna com minha mãe
eu não amava ela
ela não me amava
e nós duas jurando que isso era verdade
cabeça dura
coração mole
piano
livros escritos aos 13
uns lixos...
qual pedaço da minha vida eu deixei de "me importar a mim mesma" e só seguir?
caralho
a maioria vai seguindo...
que eu não siga por muito tempo
parar
respirar
analisar

que bom seria, não?


(pensamentos desconexos e conversas profundas, além de imagens avassaladoras... tudo deu nisso)

quinta-feira, 16 de outubro de 2008


meus pensamentos já não eram os mesmos havia semanas.
parecia uma labirintite, uma dor de morte que não passava. estava mal, me sentia horrível.
lia tudo que pudesse para de certa forma sanar esse mal estar. nada, nada, nada.
seria algum pressentimento? não, não podia ser... não tinha disso.
aflição? remorso? solidão?
fato é que... não passava, passaria, sim eu sei, mas de fato no momento exato que eu queria que simplesmente sumisse, não sumia.
um nó seco na garganta.
um samba de cartola.
um drama.
uma noite de sábado em dia frio.
um fim.
um começo trágico.
um amor pertencendo a outrem.
uma viagem sem ida.
uma ida sem volta.
.
..
...

devaneios por horas a fio.

nesses momentos de pesar que os pensamentos vão além e são tomados com café frio.


hei, me dê outro ar pra respirar, sim?

domingo, 12 de outubro de 2008

um certo ney

coração palpitante para que o começo viesse logo.
nada demorado, logo ele chegou. as cortinas vermelhas se abriram e um brilho intenso se fez presente.
o brilho tinha pernas, braços, tronco, cabeça e se chamava Ney.
em cima de um divã avermelhado e com movimentos sincronizados ele imediatamente dispara uma música com ratos na piscina e com idéias sem corresponder a fatos, lembrando um passado longíquo (e bom?)

maravilhoso, encantador, sublime...

Ney, com apenas uma rodada de saia, me deu o maravilhoso gosto de me sentir na época de secos & molhados ... e com ditadura ou não foi o melhor gosto que pude sentir nos últimos tempos

muitos e muitos anos se passaram dessas rodopiadas e maquiagens por vezes agressivas, mas ele continua esplêndido ... ele continua nos deixando de queixo caído

iluminação, perfeita
música, esmagadoramente perfeita
roupa, brilhantemente perfeita
cenário, harmoniosamente perfeito

ney matogrosso não fala, canta. e muito ...





"leve a semente vai
onde o vento leva
gente pesa
por mais que invente
só vai onde pisa"

terça-feira, 7 de outubro de 2008

chaves


tive que sentar naquele banco frio e esperar toda a minha raiva idiota passar.
já era tarde. muito tarde.
as chaves? de novo tinham sumido naquele joguinho de sumoapareço... por que fazia essa tortura comigo? por que procurava maneiras de enraivecer a mim quando na verdade a raiva era daquele sujeito porco que entrou na minha vida e a arrastou para a lama que fazia parte da vida dele?
eu fazia essas perguntas e o frio não cedia.
não havia um isqueiro, um clarão ao longe de uma casa qualquer, não havia nada que lembrasse calor. e o cachecol já era o mesmo que nada.
quase nevava.
raiva devia dar calor, pensei. mas será que de fato sentia raiva? será que de fato era raiva do sujeito ou de mim? será que era necessário conhecer pessoas, culpar pessoas, pensar ser feliz com pessoas, amar pessoas, odiar pessoas? será que era necessário conhecer pessoas para aí então descobrir que os defeitos nunca foram delas e sim seus? será que nós seres humanos duraríamos muito? será que se eu continuar a fazer perguntas idiotas o frio deixa de existir? NÃOOOOOOOOO... veio aquela resposta tão seca como só as respostas no frio podem ser. calei a boca dos meus pensamentos. só pensei calor calor calor calor calor.
revirei a bolsa tamanho família que carregava sempre pesada só para ter mais algum motivo para reclamar. achei as chaves.



ps: gracias ao iuri, do blog umbigo de cristo, pelo desenho!